Marcus Duarte*
Depois de um longo e tenebroso
inverno, voltei a escrever. Da mesma forma, Schumacher voltou à Fórmula 1
depois de sua primeira aposentadoria. É claro que não me comparo ao Schumacher,
nem quero. Sou um amador das letras que gosto mais de ler do que tenho a
capacidade de escrever. O Schumacher foi, de fato, um gênio ao volante que
gosta mais de ganhar do que correr.
Sou
um admirador desse esporte e também do genial Michael Schumacher. Acompanho a
fórmula 1 desde o final dos anos 1980. Vi alguns excepcionais pilotos campeões,
Senna, Prost, Mansell (este também louco). E, antes que pensem no ufanismo
senístico eu NÃO chorei a morte do Senna. Ele não era, para mim, o herói
nacional. Era um piloto fantástico e ponto. Mas este post não sobre o Senna, é
sobre outro fantástico piloto.
Schumacher
ganhou um campeonato, em 1995, com uma Benetton que, em outras mãos, não faria
nem a metade dos pontos. Reconstruiu a Ferrari que ficou sem ver um título por
20 anos. Era capaz de ir ao limite do carro e da pista com a mesma facilidade
com que passeia pelas ruas de Berlim. Só que ele não se contentava em correr,
em ser genial.
Para
Schumacher ganhar era sempre mais importante, nem que seja a qualquer custo.
Para quem não se lembra, veja aqui (http://www.youtube.com/watch?v=jmKbGW7OmVg)
como o Schumacher depois de bater sozinho no muro jogou o carro para cima do
Hill para tirá-lo da corrida. Com a saída do Hill, Schumacher ganhou seu
primeiro título. Em 1997 a história se repetiria (http://www.youtube.com/watch?v=rPo7wXjgiDE),
mas desta vez o Schumacher se deu mal e Villeneuve se sagrou campeão. Os anos
de Ferrari foram o auge, da carreira do piloto e do Dick. Na equipe nenhum de
seus “companheiros” de equipe (Irvine, Barrichello e Massa) poderia de fato
disputar com ele. Não vou me alongar em lembrar de fatos desse período, e olha
que foram muitos.
Aposentou
e retornou. Na volta, mostrou ser mais normal do que se imaginava. Para os
defensores da imagem de Dick Vigarista, a volta só reforça que ele foi mais
vigarista que genial. Nem 8 nem 80. Schumacher foi sim um sacana nas pistas.
Não respeitava seus adversários e usava de todos os subterfúgios necessários.
Nem por isso ele foi menos genial, menos merecedor de alguns de seus títulos.
Agora
ele anunciou sua nova aposentadoria e, parece, é pra valer. Depois dos 40 anos
o reflexo já não é mais o mesmo. Os resultados também não. Continuar correndo é
só alimentar os críticos. Não vale à pena. Volta pra casa, vai cuidar da
família, e aproveita para gravar uns episódios novos da corrida maluca.
*Marcus Duarte é fã de fórmula 1, em especial do piloto português Pedro Lamy, que fez brilhantes carreira na categoria, provocando grandes acidentes e conquistando um glorioso décimo sexto lugar no GP de Mônaco de 1998.
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