segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Errar é o Mano, apud: LOCO, Kibe.


(Quem não quis matar o Parreira em 94, mesmo no Elifoot???)


Otavio Meloni*


Amigos, montar um time de futebol profissional de fato não é algo que se faça da noite para o dia, muito menos sem planejamento e investimento. Todos os que já se aventuraram na Master League do jogo Pro Evolution Soccer/ Winning Eleven desde os tempos do Playstation I sabem disso melhor do que ninguém. É um fato também que organizar uma equipe taticamente, depois de dispor das peças que se julga necessário para sua boa composição, também não é tarefa simples. Logo, para se fazer uma equipe competitiva (nem vou entrar no mérito de uma equipe campeã) é preciso investimento financeiro, contratações que sejam funcionais para o time, um esquema tático de acordo com o material humano que se tem em mãos e planejamento prévio de elenco em sua composição geral.
Essa fórmula parece simples, fácil de executar e muito comum dentro dos simuladores de futebol para videogames e pc’s, porém quando trouxe o assunto à tona pensei em futebol de verdade, mais especificamente na Seleção Brasileira. Pensemos: dirigir qualquer seleção corta uma das mais importantes etapas citadas anteriormente, já que você não precisa contratar ninguém. Todos os praticantes de futebol de um determinado país sonham jogar em suas respectivas seleções, disputarem copas internacionais e serem conhecidos mundialmente. Daí você pensa: “Isso é óbvio!”. Talvez seja em países que não têm uma profusão de grandes jogadores a cada ano. Nós, que acompanhamos futebol, sabemos que grande parte das seleções do mundo tem no máximo uns trinta jogadores que podem jogar num nível razoável internacionalmente. São raros os técnicos nacionais que podem bater no peito e dizer que tem muitos jogadores de qualidade pra uma determinada posição, ou mesmo que tem jogadores em demasia e precisa realizar escolhas difíceis. Isso se nota quando assistimos os campeonatos europeus de clubes e vemos estrelas de algumas seleções mundiais no banco de reserva ou mesmo sem ser relacionados para os jogos e nem por isso deixam de figurar entre convocados e titulares em suas seleções. Um exemplo claro disso seria dizer que se o Kaká não fosse brasileiro certamente estaria entre os convocados até hoje e muito provavelmente seria titular do time. Em quantas seleções do mundo um jogador do nível do Kaká não seria mais convocado por ser reserva do Real Madrid? Me vem a cabeça só Brasil e talvez, reitero o talvez, Argentina. Chegamos então ao assunto chave deste artigo: por que é tão difícil formar um time competitivo se o Brasil tem tantos jogadores que podem jogar bem em nível internacional?
Felipão, quando deixou o cargo depois de 2002, alegou que faltava liberdade para convocar, segundo a imprensa. Mas ele teve alguma liberdade durante as eliminatórias e levou jogadores que, incontestavelmente, estavam em grande forma naquela época, como Luizão, Edilson, Vampeta, Gilberto Silva, o goleiro Marcos (que nunca tinha sido convocado), etc. Acho que falta isso ao Brasil hoje. Mano Menezes parece já ter uma ideia do time que ele quer para a Copa de 2014, seria uma base de Thiago Silva, Daniel Alves, Marcelo, Oscar, Neymar e Leandro Damião. Acho que boa parte dos brasileiros concorda com esses nomes, mas é notório que são apenas seis jogadores, faltam 17!!!!! Isso na minha cabeça, pois acho que na do Mano faltam uns três ou quatro. Em universo futebolístico tão profícuo como o brasileiro é possível ignorar todos os jogadores que vão surgindo ou se afirmando ao longo dos campeonatos em virtude de uma equipe fechada? Em qualquer país do mundo talvez sim, mas no Brasil é impossível seu Mano! Vamos direcionar o pensamento: dos quatro melhores times do campeonato brasileiro até agora apenas um jogador foi convocado para o último jogo da seleção. Trata-se de Dedé, zagueiro do Vasco (ou do Romário, a justiça está decidindo). Então vamos lá, nesses quatro times temos dois ótimos goleiros Diego Cavalieri (Flu) e Victor (Galo); dois zagueiros excelentes Dedé (Vasco) e Réver (Galo), além de Gum (flu) que eu daria uma chance; os meias Thiago Neves (Flu), Ronaldinho Gaúcho e Bernard (Galo) e o Juninho (Vasco); além dos atacantes Fred e Nem (Flu) e Kleber (Grêmio). Rapidamente, só entre os integrantes do chamado G4, pensei em todos esses nomes que, pelo que estão jogando no Brasileirão, mereceriam estar presentes nas convocações da Seleção. Pensando de forma mais abrangente, ainda temos o Jefferson (gol – Bota), o Henrique (zagueiro/volante – Porco), o Renato (vol – Bota), o Ganso (meia –Santos/sem clube), o Wagner Love (ata –Fla), o injustiçado Lucas (meia ata- Sampa), o Luís Fabiano (ata – Sampa) e por aí vai. Será tão difícil olhar esses jogadores no Brasil? A CBF enche o peito pra dizer que o Brasileirão hoje é o campeonato mais disputado do mundo e isso não serve à Seleção Brasileira por quê? Todas as grandes equipes europeias têm dezenas de olheiros espalhados pelo país e o Mano só convoca na Europa e no Corinthians? Não dá!
Faltam pouco menos de dois anos para a Copa de 2014, menos de um para a Copa das Confederações (que só entramos por ser país sede) e tenho quase certeza de que ser for o Mano até lá, ainda teremos que aturar muitos desses “estrangeiros” que só servem para enriquecer empresários (o do próprio Mano, inclusive) e irritar o torcedor... Acho que podíamos ter um reality show que escolhesse o técnico da seleção brasileira. Funcionaria assim: reuniríamos 12 técnicos mais gabaritados em um CT e durante dois meses de competição eles se enfrentariam em desafios de estratégia tática, planejamento, convocações e jogos contra. Para que não houvesse manipulação de resultados ou fã clubes insuportáveis, os treinadores seriam representados por pessoas comuns e teriam suas opiniões expostas por eles. No começo do programa, todos divulgariam seus 22 convocados iniciais e toda semana teriam como desafio observar alguns jogadores escolhidos pelo público previamente e revelariam se modificariam algo na convocação inicial. Assim funcionaria toda semana e o público poderia ver as escolhas e teimosias dos candidatos, além de observar como eles funcionariam sem a proximidade com empresários, dirigentes e os próprios jogadores.O público decidiria o vencedor após observar as intenções e rumos que cada um daria à Seleção... Como não sou o Boninho, deixo a ideia aí CBF. Vou voltar pra minha Master League, pois naquele terreno dá pra jogar com uma seleção que preste, basta convocar quem de direito!

*Otavio Meloni escreveu este texto logo depois do almoço, portanto perdoem qualquer sinal de má digestão nestas linhas, e acha o Cavalieri o melhor goleiro do Brasil, hoje, na Europa (apud: NETO, o Craque).

Nenhum comentário:

Postar um comentário