sábado, 22 de setembro de 2012

Preparado? Sim, pode chutar!




Otavio Meloni*


Amigos, apesar da vitória sobra o Náutico e da manutenção da liderança do brasileirão, este post não falará sobre o Fluminense. Hoje dedicarei este espaço a uma de minhas principais distrações de infância e parte da adolescência: o jogo de botão. Ontem, estava pesquisando na internet sobre a nova data de lançamento do PES 2013 no Brasil (foi adiantado para sexta que vem, aleluia) e acabei me lembrando de quando os jogos de futebol em games ainda eram arcaicos e a gente se divertia mesmo era com uma tábua de botão. 
Como uma coisa puxa a outra, as lembranças foram se somando até chegar às manhãs de sábado em que íamos, meu primo e eu, com meu pai comprar botões na superboll, no centro de Niterói. Havia todo um ritual neste processo. Primeiro, a superboll tinha um balcão/vitrine que era de vidro e tinha umas gavetas com divisórias que separavam os botões por seus preços/qualidade/posição. Aquele era o maior paradoxo dos meus oito anos: comprar dois mais baratos de uma camada ou um de duas camadas? Droga de vida de menino com mesada pequena. Pois é, comprávamos o que dava, mas não sem antes testarmos paletando sobre o balcão de vidro e analisando o deslize do futuro craque, sua capacidade de encobrir o goleiro, se havia algum "dente" na bainha, essas coisas. Depois disso, corríamos para a casa de meu primo, onde nossas mães já planejavam algum almoço mirabolante, para começar a jogar com nossos times e as novas estrelas.
Esse é outro ponto importante. Cada um tinha um time próprio, sem logomarcas ou escudos de times reais,com botões mesclados, nada uniformizado. O time do meu primo se chamava "Agente Laranja" e o meu time era o "IRA". Logicamente, o Agente Laranja colecionava mais vitórias em nossos confrontos, devido a maior experiência de meu primo na prática do jogo de botões, mas cada jogo era sempre uma disputa emocionante. Lembro de uma manhã em que descobríamos novos craques para nossos times e travamos um dos jogos mais emocionantes da história desses confrontos, um desses jogos que, por ironia do destino talvez, preferem ficar empatados, mesmo após duas prorrogações. Passávamos grande parte do nosso tempo preparando nossos times, treinando, pensando em esquemas e tentando levar para a tábua o máximo de nossa compreensão sobre futebol. Quem jogou botão sabe que não há melhor maneira de experimentar táticas e posicionamento de futebol do que num jogo desses.
Com o tempo, o IRA se transformou em OCN e hoje, grande parte desses craques ainda estão em minha posse, assim como minha tábua de botão, traves excelentes, paletas, bolinhas... enfim, só falta ter com quem jogar. Se alguém ainda se interessar por este esporte, comente aqui, pois podemos marcar um campeonato. Esse saudosismo todo... amanhã vou abrir o "ônibus" do OCN e dar uns chutes pra relembrar como se encobre o goleiro com categoria.

*Otavio Meloni sofreu muitos gols do meia esquerda Epocler, mas também fez muitos gols com Ameixa, dois dos craques que tanto abrilhantaram essas manhãs/tardes de botão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário