terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tudo por Ele!




Thiago Aresta*



Caríssimos irmãos em Zico!

A frase contida na faixa rubro-negra presente na singela foto que ilustra o topo deste texto encerra todo o sentimento, todo o exercício de abnegação diária que nós, torcedores comuns, amadores, torcedores de ofício não-remunerado, fazemos nessa tarefa hercúlea, mas recompensadora, que é o ser Flamengo. É bem verdade que essa faixa, em interpretação restrita, é quase que como uma insígnia de uma das mais proeminentes “torcidas organizadas” que apoiam nosso clube e está impedida judicialmente de figurar em estádios, seja diretamente ou em qualquer alusão. E é bem verdade que aí temos duas mentiras, todo mundo sabe a quem especificamente essa faixa se refere e sabe, também, que o que nela está escrito não é a prática, pois essa torcida se vale do Flamengo, lucra com ele. Ao contrário de nós, “torcedores comuns”, que temos que mofar em filas e pagar um ingresso com um custo-benefício dos piores e mais injustos. Essa é uma abnegação das maiores. Estamos ali por pura profissão de fé, podemos e devemos fazer a diferença. Não cobramos nada além de dedicação. O jogo contra o Grêmio foi prova disso: houve a promoção de ingressos, medida emergencial que surtiu efeito, a redução de dez dilmas no preço atraiu, pelo menos, o triplo de torcedores ao estádio; e a torcida mostrou ao time: “Se você for, nós vamos junto, então vamos pra cima!”. A mudança de atitude no segundo tempo, de time e torcida, foi a prova de que esse binômio, time e torcida, é indissociável, apesar dos pesares, e cabe à diretoria, por mais incompetente que seja, tomar medidas para fazer com que esse encontro se realize plena e frequentemente. Uma delas seria a modalidade de sócio-torcedor com direito a voto - como, aliás, faz o próprio Grêmio – o que traria o torcedor DE VEZ para dentro da realidade e da vida do clube, mas o pavor da perda da hegemonia político-administrativa dentro do clube é maior que a vontade de vê-lo crescer. E se dizem flamenguistas... E esse último jogo é a prova cabal da força rubro-negra no campo e no estádio: o Flamengo, vindo de um jejum de vitórias, cambaleando, jogando fora de casa e muito longe do Rio, contra outro time em desespero, lota TRÊS TERÇOS de um estádio com torcedores aflitos, mas apoiando e sim, fazendo a diferença, empurrando o time e virando o jogo. Agora imagina isso em escala nacional: isso é Flamengo, seu patrimônio maior é sua torcida, dentro e fora do Rio, um fenômeno, ainda que seja vilipendiado por anos e mais anos de incompetência sucessiva e descaso velado. Sou sim um defensor do futebol em sua mais pura expressão, seja pelo jogador, seja pelo torcedor; e compreendo quando esse torcedor, pelos mais diversos motivos, prefere o sofá à arquibancada (e que não me venham os modinhas nem os caga-regras dizer que esse cara é menos torcedor do que o que está no estádio; torcida é paixão, irracional, espontânea, não importa onde se esteja. Somos todos torcedores: de arquibancada, de geral, de sofá, de bar, de radinho de pilha, de streaming de internet... Não fode!). Mas nessa reta final, cada jogo é decisão, todo esforço é necessário. O duelo contra o Atlético-MG se avizinha e a responsabilidade é grande. Esqueçam o Erre10, o que deve mover nossos pulsos, impulsos, gritos, cantos e palmas é a busca pela vitória, que se torna cada vez mais necessária; e nós podemos ser parte disso, jogar junto, entrar em campo: fomentar a vontade e fiscalizar as incorreções; espraguejar num erro, mas aplaudir o acerto ou o esforço na busca dele; deixar dessa coisa escrota que parte, em muitas vezes, das “organizadas”, de vaiar determinado jogador quando ele pega na bola: quando o jogador entra em campo, ele deixa de ser ele mesmo e passa a ser Flamengo, quando eu visto o Manto, eu sou Flamengo, quando estamos em corrente visando a um mesmo objetivo (a vitória, o título, a redenção) todos somos Flamengo. Façamos nossa parte!

SRN

P.S.: minha responsabilidade aqui só aumenta a cada dia: não bastasse dividir essas páginas com um amigo que é líder do campeonato, agora figuram por aqui escritos também do segundo colocado do torneio!

P.P.S.: não vou usar a terminologia corrente para o ocupante da segunda posição de um torneio, por medo de ferir algum direito de propriedade, material ou intelectual, e ter que vir a responder por isso, pois todos sabemos que esse termo é patenteado por um rival histórico nosso, aqui do estado, e que se encontra, literalmente, numa seca danada...

*Thiago Aresta é afiliado ao PMDB, por isso fez média com os colegas colunistas que estão em melhor posição da tabela.


Nenhum comentário:

Postar um comentário